No Maranhão, uma grave enchente
afeta 90% da população, causando grandes danos e sofrimento. A situação tem se
agravado nos últimos dias, com aumento no número de desabrigados e o constante
aumento do nível dos rios. Roseana Sarney, em um apelo à sociedade, convoca
ajuda para as famílias afetadas pelas cheias. Enquanto isso, Francisco das
Chagas observa atentamente o movimento das canoas em frente à sua casa, no rio
Mearim, ao lado de seu cachorro, preocupado com a segurança de suas posses.
O Coronel Rosário, responsável
pela Defesa Civil, juntamente com meteorologistas, realiza um monitoramento
diário dos rios da região. Cerca de 72 municípios encontram-se em situação de
emergência, com sete pessoas perdendo a vida em todo o estado. Nesse momento,
os municípios afetados necessitam urgentemente de ajuda humanitária,
medicamentos, cestas básicas, barracas para abrigar as pessoas desalojadas e
fornecimento de água potável, uma vez que a maioria dos sistemas de
abastecimento de água encontra-se submersa.
Na zona rural, as plantações
estão completamente inundadas, obrigando as olarias a suspenderem suas
atividades desde o início das chuvas. Além disso, o comércio local também está
prejudicado. Um exemplo é o bairro Trividela, que abriga 1.350 famílias,
encontrando-se alagado e sem energia elétrica até o momento.
A situação é ainda mais grave na
cidade de Pedreiras, onde aproximadamente 70% das ruas estão submersas e a água
das chuvas atinge o teto das casas. A canoa tornou-se o único meio de
transporte nos municípios afetados. Benedito Belarmino Furtado, aposentado e
morador da região, conta que precisa gastar R$ 8,00 todos os dias para
verificar sua casa. Ele conseguiu resgatar alguns móveis, mas perdeu muitas
coisas de valor sentimental. Há duas semanas, ele e sua esposa foram forçados a
deixar a residência.
Aqueles que tiveram que abandonar
suas casas retornam diariamente à entrada da cidade, na beira da ponte que
separa o município de Pedreiras, aluga
Aqueles que tiveram que abandonar
suas casas retornam diariamente à entrada da cidade, na beira da ponte que
separa o município de Pedreiras, alugam uma canoa e se dirigem aos locais onde
moravam, apenas para constatar os danos causados pela cheia.
O fenômeno La Niña é o
responsável por essa inversão na umidade. Enquanto chove intensamente no
Nordeste, o Sul enfrenta uma seca intensa. Esse fenômeno ocorre quando as águas
do Oceano Pacífico esfriam, alterando a umidade no Sul, que praticamente
desaparece. Solismar Prestes, coordenador do Instituto Nacional de
Meteorologia, explica: "No Nordeste, ocorre o contrário, com chuvas mais
intensas". Ele acrescenta que o fenômeno La Niña está em fase final, com a
temperatura da água retornando ao normal, o que indica que as chuvas deverão
retornar em breve. Contudo, ressalta-se que serão necessárias precipitações
significativas para acabar com a estiagem.