Por: Marcos Lopes
"O Brasil na criação de Israel: Contribuições e influência
histórica"
No período entre as duas guerras
mundiais, a questão judaica ganhou destaque na agenda internacional. Com o
aumento da perseguição e discriminação contra os judeus na Europa, o movimento
sionista se fortaleceu e buscou apoio internacional para estabelecer um lar
nacional judaico na Palestina. Nesse contexto, o Brasil começou a desempenhar
um papel diplomático significativo.
Durante a década de 1920, o
governo brasileiro, liderado pelo presidente Artur Bernardes, demonstrou
simpatia pelo movimento sionista e sua aspiração de criar um Estado judeu na
Palestina. Bernardes e seu chanceler, Afrânio de Melo Franco, foram favoráveis
à ideia e apoiaram a criação de um território para os judeus.
No entanto, a posição oficial do
Brasil em relação ao sionismo e à Palestina não era unânime. Houve também uma
forte influência árabe no país, especialmente devido à presença de comunidades
árabes e à importância econômica da região para o Brasil. Esses fatores levaram
a um debate interno no país sobre a questão palestina, e o governo teve que
lidar com as pressões e interesses de diferentes grupos.
Em 1937, o governo brasileiro
organizou a Conferência de Evian, na França, para discutir a crise dos
refugiados judeus. Embora o Brasil tenha sido representado na conferência, o
país não assumiu um papel protagonista e não ofereceu abertamente a
possibilidade de acolher refugiados judeus em seu território. No entanto, a
conferência foi um marco importante, pois chamou a atenção da comunidade
internacional para a situação dos judeus e pressionou os países a agirem.
Após a Segunda Guerra Mundial e o
Holocausto, a questão judaica ganhou um novo sentido. A pressão internacional
pela criação de um Estado judeu se intensificou, e o Brasil, como membro
fundador das Nações Unidas, desempenhou um papel relevante nas discussões sobre
o futuro da Palestina.
Em 1947, a Assembleia Geral das
Nações Unidas aprovou o Plano de Partilha da Palestina, que previa a criação de
um Estado judeu e um Estado árabe na região. O Brasil, representado por Oswaldo
Aranha, então presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, apoiou o plano
e votou a favor da sua implementação. A participação do Brasil na votação foi
considerada crucial para a aprovação do plano.
Após a proclamação do Estado de
Israel em 14 de maio de 1948, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer
a nova nação. Essa ação foi uma demonstração clara de apoio e solidariedade ao
povo judeu. Desde então, as relações entre o Brasil e Israel têm evoluído em
várias áreas, incluindo comércio, tecnologia, cultura e cooperação bilateral.
Embora a participação do Brasil
na criação do Estado de Israel não tenha sido tão ativa quanto a de outros
países, como os Estados Unidos e a União Soviética, o país desempenhou um papel
diplomático relevante. A posição favorável do governo brasileiro ao sionismo e
seu apoio ao Plano de Partilha da Palestina contribuíram para a realização do
sonho sionista e para a consolidação do Estado de Israel.
Atualmente, o Brasil e Israel
mantêm relações diplomáticas sólidas, e ambos os países encontram áreas de
cooperação e intercâmbio que vão além do campo político. A participação
histórica do Brasil na criação de Israel continua a ser um elemento importante
no relacionamento entre as duas nações, reforçando os laços e o entendimento
mútuo entre os povos.
Fonte/Fotos: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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