A Segunda Chance: Um Testemunho Vivo da Força Divina
Por Marcos Lopes
Permita-me compartilhar com você um episódio que marcou para sempre a minha vida e a da minha família.
O ano era 1976. Eu tinha apenas quatro anos, uma criança cheia de curiosidade e alegria. A fotografia ao lado — tirada instantes antes do ocorrido — retrata um momento de pura felicidade, pouco antes do acidente que mudaria o curso da minha história.
Naquela tarde, após um churrasco em comemoração ao aniversário do Centro de Manutenção do Corpo de Bombeiros, em Brasília (DF), iniciamos o caminho de volta para casa. O que deveria ser apenas mais uma viagem tranquila se transformou em um dos capítulos mais desafiadores da minha existência.
Durante o trajeto, meu pai perdeu o controle do carro. O veículo colidiu violentamente contra um poste e capotou diversas vezes. No impacto, fui lançado para fora, sofrendo ferimentos graves — entre eles, um traumatismo craniano, edema pulmonar e congestão severa. Quando meu pai finalmente me encontrou, meu corpo parecia sem vida: lábios arroxeados, olhos abertos, mas vazios. Aos olhos humanos, tudo havia terminado.
Diante daquela cena desesperadora, meu pai me tomou nos braços e, em meio ao pranto e à impotência, fez um pacto com Deus. Ele clamou ao Altíssimo que me devolvesse o fôlego da vida, prometendo servi-Lo com fidelidade pelo resto dos seus dias.
E foi então que o impossível aconteceu.
Fomos socorridos rapidamente e levados ao hospital, mas as esperanças eram mínimas. Os médicos lutaram com todas as forças, mas, segundo os recursos da época, eu estava clinicamente morto. Ainda assim, minha família se manteve firme na fé, acreditando que Deus poderia agir onde a ciência já não alcançava.
Quando tudo parecia perdido, algo extraordinário ocorreu. Em meio às lágrimas e às orações, eu respirei novamente. Um novo sopro de vida invadiu meu corpo — uma prova incontestável do poder e da graça de Deus.
Mesmo após o milagre, os médicos alertaram meus pais: se eu sobrevivesse, provavelmente ficaria em estado vegetativo. Contudo, a mão divina continuou agindo. Passei por uma cirurgia delicada, e, para espanto de todos, acordei lúcido, sem sequelas, plenamente consciente.
Lembro-me de fragmentos daquela fase. Recordo-me de estar brincando no carro com alguns garfos de plástico — minha distração de criança — e, em seguida, apenas o breu. Dias depois, já na UTI, uma das minhas tias, Vina, veio me visitar. Aproximou-se e disse:
— “Marquinhos.”
Reconheci imediatamente a voz e respondi:
— “Oi, tia Vininha.”
Ela, emocionada, perguntou se eu lembrava o nome dos meus amigos. Respondi a todos, um por um. A minha mente estava intacta. A medicina não explicava, mas minha família sabia: Deus havia cumprido Sua promessa.
Hoje, aos 53 anos, olho para trás e compreendo o verdadeiro significado de ter recebido uma segunda chance.
Minha vida é uma demonstração viva da bondade e da fidelidade divina. Aprendi que cada respiração é um presente e que o tempo que temos aqui é uma oportunidade para servir, amar e testemunhar a grandeza de Deus.
Sou Marcos Lopes, jornalista por vocação e administrador por formação. Tenho pós-graduação em docência do ensino superior e MBA em gestão pública. Mas, acima de títulos e conquistas, sou um marido dedicado à minha esposa, Amanda Lopes, e pai orgulhoso de quatro filhos: Yan, Tiago, Manuela e Liz. Eles são o motivo pelo qual busco ser uma versão melhor de mim todos os dias.
Mais do que compartilhar um fato extraordinário, quero deixar um testemunho de fé.
Todos nós enfrentamos momentos em que as forças humanas parecem insuficientes, em que as portas se fecham e a esperança se apaga. Foi justamente nesse limite que eu experimentei o toque de Deus — o poder que transforma, cura e renova.
Acredito profundamente que o divino age quando a fé se mantém viva.
Minha história não é apenas sobre sobrevivência, mas sobre propósito. Sobre compreender que, quando Deus decide agir, nenhum diagnóstico é definitivo e nenhum obstáculo é intransponível.
Que este testemunho sirva como um lembrete: a vida é um milagre diário, e cada segundo é uma dádiva.
Convido você a também acreditar no extraordinário, a confiar na força invisível que guia nossos caminhos e a enxergar, mesmo nas tempestades, a mão de um Deus que nunca deixa de agir.










